Muitas pessoas confundem o real sentido das palavras vegetarianismo e veganismo. Alguns acreditam que essas palavras são utilizadas para definir a mesma coisa, mas não poderiam estar mais enganados. E o termo ovolactovegetariano? Já ouviu falar? Apesar de parecer um xingamento, essa palavra confusa também tem um significado dentro do grupo dos vegetarianos.
A quantidade de pessoas veganas e vegetarianas vem crescendo em todas as partes do mundo. Segundo uma pesquisa divulgada pela Revista Forbes, só nos EUA o número de veganos subiu em 600%. Entre 2012 e 2018, o número de vegetarianos cresceu em 75% aqui no Brasil e é uma tendência para os próximos anos.
Vamos agora entender um pouco mais sobre o assunto e diferenciar esses conceitos que costumam ser muito confundidos.
O que é veganismo?
O veganismo não se trata apenas de uma forma de comer, mas sim de um estilo de vida. O vegano, além de não comer nada que seja de origem animal, também não consome nada que seja feito de animais: roupas, sapatos, bolsas, absolutamente nada. Assim, quem é vegano se opõe totalmente ao uso de animais sob qualquer aspecto.
Essa é uma prática universal, podendo ser praticada por qualquer pessoa, independente de opinião política, religiosa ou cultura.
O que é vegetarianismo?
Já o vegetariano é aquela pessoa que não consome carne, mas consome outros produtos de origem animal como jaquetas ou bolsas de couro, calçados e assim por diante. Portanto, apenas a alimentação é modificada.
Excluir, por completo, as carnes de origem animal da sua vida é algo complicado e que se trata normalmente de um processo onde a pessoa vai parando aos poucos. Nem todos conseguem ou podem se tornar vegetarianos de uma maneira tão radical, mas ainda assim, se esforçam para fazer isso e seguem com diversas restrições. Vejamos algumas classificações dentro do vegetarianismo:
Ovolactovegetarianismo: pessoas que consomem ovos, leite e outros laticínios na alimentação;
Lactovegetarianismo: usa leite e laticínios na alimentação;
Ovovegetarianismo: consome ovos;
Semivegetarianos: abre exceções para aves e peixes;
Macrobióticos: muito difícil de ser seguida pelos brasileiros, já que foi criada com base nos alimentos de cada estação do ano no Japão e permite o consumo de peixes;
Crudivorismo: há apenas o consumo de vegetais crus. O problema é que há exclusão de grãos, principal fonte de proteína para os vegetarianos e veganos;
Vegetarianismo estrito: não consome qualquer tipo de alimento de origem animal.
Assim, você pode se tornar um vegetariano sem necessariamente excluir todo e qualquer tipo de proteína animal da sua vida. Mas também pode se tornar um vegetariano estrito, basta encontrar a melhor opção para o que você deseja e consegue seguir.
Como os termos surgiram?
Os termos vegetarianismo e veganismo não surgiram do nada. O vegetarianismo teve sua origem na Índia, país no qual é proibido comer carne bovina já que a vaca é um animal sagrado. Depois chegou ao Ocidente com a doutrina de Pitágoras, tanto que o vegetarianismo é também chamado de Dieta Pitagórica.
Já o termo veganismo surgiu depois do vegetarianismo. Quem criou o termo foi o ativista Donald Watson que ficou famoso não só por inventar o termo como também viver esse estilo de vida. Tudo começou quando se iniciou uma discussão sobre o consumo dos derivados do leite pelos vegetarianos. Assim, de qualquer maneira estavam consumindo comida de origem animal, por isso, o termo e estilo de vida foram se desenvolvendo.
Por que parar de comer carne?
Por que as pessoas estão, cada vez mais, aderindo ao veganismo e ao vegetarianismo? Por que acreditam que deveríamos parar de comer ou consumir qualquer produto de origem animal?
Primeiro, vamos analisar alguns números. Aqui no Brasil, cada pessoa come, em média, 40 kg de carne por ano. Isso significa que, em 12 meses, uma família de 5 pessoas devora uma vaca. E, para completar, no ranking mundial, somos o 4º país que mais consome carne bovina. Muita coisa não é mesmo? E nem estamos falando do frango ou do peixe!
Agora, imagina para produzir essa quantidade de carne! Só para ter ideia, uma vaca, em apenas um dia, bebe 100 litros de água e para que seja produzido apenas 1 kg de carne, são necessários 43.000 litros de água. Em contrapartida, 1 Kg de tomate custa apenas menos de 200 litros de água. É muita diferença.
E não sei se você sabe, mas há uma grande derrubada e queimada das matas para que o terreno seja utilizado para produção de carne. As emissões causadas são até 250 vezes mais elevadas em relação as de leguminosas, por grama de proteína.
Bom, são diversos os fatores considerados importantes para a redução do consumo de carne, ou até mesmo corte definitivo. A verdade é que precisamos nos importar mais com a nossa saúde e também com o futuro do nosso planeta.
Qualquer atitude, como diminuir o consumo de carne durante a semana, já faz diferença.
Principais dúvidas sobre esse estilo de vida
Se você se simpatiza com a ideia e deseja se tornar vegano ou vegetariano, precisa conhecer bastante sobre esse estilo de vida. Por exemplo, muitas pessoas têm dúvida sobre a quantidade de proteína que é ingerida nesses casos. Como a nossa maior fonte desse nutriente vêm das carnes de origem animal, como um vegano ou vegetariano faz para conseguir essa quantidade de proteína?
Primeiro, é necessário que entenda importância de ter um acompanhamento médico nessa transição e depois também, com nutricionista ou nutrólogo. Faça uma mudança consciente, são trocas inteligentes para que não tenha um reflexo negativo em sua saúde, vitaminas e afins! Podemos combinar assim? Então beleza, vamos lá!
De acordo com um dado divulgado no site da BBC Brasil, a quantidade ideal de proteína que deve ser consumida por dia é de 0,75 gramas para cada quilo, isso para uma pessoa que não é fisicamente muito ativa. O que isso significa? Que uma pessoa que pesa 60 quilos deve consumir pelo menos 45 gramas de proteína por dia.
Quem é vegetariano precisa consumir a quantidade equivalente de proteínas, só que neste caso elas são vegetais. Existem alguns alimentos que são riquíssimos nesse nutriente, por exemplo a ervilha. Em 100 gramas, podemos encontrar 5,42 gramas de proteína. Inclusive, hoje é possível encontrar suplementos proteicos feitos à base desse vegetal e de outros.
Em 100 gramas de carne há 26,4 gramas do nutriente. Isso quer dizer que, quem é vegetariano ou vegano precisa comer uma quantidade bem considerável de vegetais para compensar a quantidade de proteína que precisa diariamente.
Outra dúvida é se o consumo de carne, de fato, prejudica a saúde. Há estudos que comprovam: o consumo de carne aumenta as chances de câncer e de infarto, as maiores causas de morte no mundo. Mas também há pesquisas que contradizem isso e dizem que é muito simplista essa relação de causa e consequência. Tanto é que, em países do Mediterrâneo, a população consome carne, dos mais variados tipos e possuem um dos menores índices de infarto do mundo.
Isso se deve ao fato de que existem outros fatores que estão relacionados com as causas de câncer e de infarto. Um estilo de vida menos acelerado, o consumo de azeite de oliva e outros que fazem parte dos povos do Mediterrâneo. É uma soma de fatores que ao final podem ser ou não prejudiciais para sua saúde, não só um hambúrguer no final de semana.
Veganismo e vegetarianismo não são só uma dieta
Não estamos falando de um tipo de dieta que algumas pessoas seguem para a perda de peso, por exemplo. A forma como comem e como vivem tem a ver com o que acreditam e pelo que defendem. Pessoas que se tornam vegetarianas ou veganas, normalmente, são mais preocupadas com os animais e consideram que eles não devem ser criados para satisfazer a nossa alimentação.
Portanto, não se trata apenas de uma forma mais saudável de viver, mas também de conceitos ideológicos, de seguir uma vida de acordo com o que se acredita.
E você? Qual sua opinião sobre veganismo e vegetarianismo? Tem vontade de evitar o consumo de alimentos e outros objetos de origem animal? Conseguiria fazer essa mudança no seu dia a dia? Comente!
Confira também o post com filmes sobre veganismo para ver online.